terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O tempo (ou falando da Mari e da Sabrina)

Como diria minha amiga Mariangela, de olhos esbugalhados e uma expressão de terror que só me lembro ter visto nela, já é março.
O tempo - não canso de repetir - é um fanfarrão apressado e sem pudor.

Não sei bem como cheguei nesse post, mas vamos lá, tentar organizar as ideias.

Lembrei da Mari esse dias, meio sem muito motivo.
Colega de faculdade, de trabalho, de vida, mesmo que de longe.

O tempo passou e cada uma encontrou seu cada um.
E com o pouco tempo que nos resta dos dias tão curtos, vivas para as tecnologias.
Assim a gente se fala, e reclama do tempo.

Ele, sempre ele.
De novo e de novo.
Reclamar dele é perda de tempo, eu sei.
Mas fazer o quê?

Enfim, Mari é das poucas criaturas que carrego comigo. Fez parte tão importante nessa vida aqui que sempre resgato algo dela.
E se sinto falta, cobro.
Logo, lembrar da Mariangela (e ó, perdoe este corretor que tira os acentos), me faz lembrar do tempo.
Do peso que o tempo tem.
Ou não.
Confuso?
Sempre.

Me faz lembrar que sou mãe agora, depois de tantos anos.
Tempo correndo, Isaac já é menino.
Aproveita o próprio tempo.
Mede, conta, sente a falta.
Se organiza.

Enquanto a Mari ria da minha barriga, imaginava Isaac e contava as semanas comigo, o tempo parecia parado.
E falar dela com Isaac hoje é aquele "leeeeeembra?", enquanto ele se agarra a pequena almofada com a oração do anjo da guarda. Aquela que a Mari deu.

E a minha tia querida, mãe da Mari, mãe daquele monte de mulher, era dona de uma loja de artigos infantis, cujo nome era o mesmo de outra criatura que carrego.

A loja, pausa para falar do tempo, era aquela em que eu me divertia na vitrine de natal, quando eu tinha a idade do Isaac.

A Sabrina.
Conheço faz tanto tempo que já cálculo em encarnações. Não em anos.
Aí, viajante que sou, me entrego mais uma vez ao tempo, teclando agora louca, enquanto mito o relógio.
Já já não dá mais tempo e esse post fica rascunhado.

E a Sá, tem o Romeo, que - puta vida! - já canta os parabéns em dois dígitos.
Loucura?
Nada.
Só o tempo.

E falar do Romeu-lindo-da-tia me volta ao Isaac.
Né?!?!
Sete anos, batendo a cabeça no meu peito, rindo, falando que logo logo estará maior do que eu.
Que graça.
Que rápido.
Ou não.

Então, para mim é claro que o tempo - não digo as horas, minutos e segundos - anda, corre, galopa, teletransporta no tanto que a gente permite.
Ele é implacável às vezes sim.
Por demorar ou atropelar, tanto faz.

Maternidade, idade, amizade, dia ou madrugada.
Espera na salinha, na porta da escola, no trabalho.
Curto ou arrastado.
Analisar o tempo, e a gente dentro dele.
Um benefício por ser sapiens.

ensinar sobre o tempo...
Isso já é outra história.
Quem sabe pra amanhã.


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