quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Geração tecnológica

Eu já cansei de falar que meu próximo filho virá com saída USB.
Fato.
Nossos filhos são nativos dessa coisa louca que é estar conectado, de N maneiras, 100% do tempo, a tudo, a todos e ao universo, digamos assim.
E nativo que só, Isaac sempre me deixa pensativa com essa questão.
Acontece que resolvemos deixar ele um tanto longe de computadores, i-tudos, videogames e afins por um tempo.
Criança tem que ter vontade de brincar no quintal, tirar o sapato e setir a grama, a terra. Ter vontade de pedalar, ver o sol lá fora e deitar no chão pra ver a lua e as estrelas.
Até é assim por aqui.
Mas a vontade natureba está perdendo campo pras tecnologias que vem até Isaac como se ele um imã fosse.
E (claro que vocês já devem ter vivenciado algo parecido) ninguém precisa ensinar nada.
Nem onde liga, desliga, muda, altera, atualiza ou compra.
I-pad, celular, touch, internet e youtube começaram a fazer parte da vida do filhote num instante que nem notamos qual foi.
Muitas das coneversas lá em casa são assim:

- Papai, quero o filme do Jake e os Piratas!

- Mas não está passando agora.

- Então ABAIXA da internet pra mim?!?!?!

Ou ainda:

- Mamãe, pega seu contador e liga no youtube pra gente ver aquela parte do Madagascar 3???

Quer mais?

- Olha lá, mamãe! Acabou o dragão do playmobil....

- Isso mesmo, Isaac.

- Mas você compra um pra mim na internet.

- Como você sabe que tem na internet?

- Na internet tem tudo, mãe... (e ele até vira os olhos com tamanha ignorância materna)

Confesso que me bate uma preocupaçãozinha.
Logo eu que olho tão torto para os adolescentes de hoje, presos numa vida virtual de MSNs, Facebooks, instagrans, vibers, slevers e etc...
Não sou contra.
Aliás, sou usuária de boa parte desses artifícios cibernéticos.
Mas quando eles chegaram à minha vida, eu já tinha maturidade e discernimento suficientes pra colocar limites, pra entender até onde ajuda e onde atrapalha.
Pra entender que a vida real as vezes é chata mas é muito bacana também.
E já tinha muitos amigos de carne e osso, os quais sei o tamanho do abraço, da gargalhada e do aperto de mão até.
E meu filho que é nativo?
Já nasceu de mãe blogueira e pai viciado em programinhas para celular.
Passa os dedinhos pelas telas como se a coisa sempre tivesse sido assim. E se estressa porque o modelo antigo da mamãe ainda requer teclas.
Isaac lê livros. Adora sentir as páginas entre suas mãos.
Mas estes perdem a graça imediatamente diante de um filmezinho novo no celular ou de um novo DVD no aparelho portátil.
E ele pediu um tablet de aniversário.
TA-BLE-T, disse ele no auge de seus quase 4 anos completos.
Cabe a mim.
Cabe a nós, pais.
Entender esse mundo diferente. E se questionar.
Como adequar nossos parâmetros de educação para um espaço sem limites?
Um mundo inteiro que se abre alí, numa touch screen?
Fácil?

...

Nota para mim mesma: Ontem o Google Street View chegou em minha cidade.
Me senti pelada, verdade seja dita.

...







4 comentários:

Chris Ferreira disse...

Oi Carol, eu sou totalmente imigrante digital apesar de trabalhar com análise de sistemas em um empresa de telecomunicações. As minhas filhas, nativas dessa era, dão um banho me mim e me ensinam muita coisa, sabem tudo. Fico impressionada.
E também me questiono em como aproveitar toda essa tecnologia da melhor maneira possível na educção delas. É complicado! Mas a gente vai aprendendo, errando, acertanto, comparando, etc.
Mas, o Isaac e um nativo digital muito esperto, hein?
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/

Julia Costa disse...

Carol, vou dividir com você minha opinião. ;) Tenho 27 anos, sou altamente ligada à tecnologia - mas sou do tipo que gosta de uma barganha... só compro as coisas quando elas desvalorizam -, sou jornalista, trabalho na internet o dia inteiro, não largo meu iphone e amo as facilidades que a tecnologia nos traz. Acho que, assim como qualquer outra coisa na vida, o exagero é o que o mal. Não a coisa em si. Uma criança que fica o dia inteiro na internet ou em frente à TV não é legal. Assim como uma criança que fica o dia inteiro na rua brincando, e não tem nenhum tempo destinado a outras coisas, como estudo, atividades direcionadas etc. Seu filho vive num momento completamente diferente do que vc tinha qnd criança. As cosias foram surgindo numa velocidade impressionante. Para nós, mães, é mais difícil a adaptação. Para eles, isso é naturalíssimo! Não se preocupe tanto! Só a sua atenção para isso já mostra que seu filho não terá problemas pelo exagero tecnológico. ;) Beijos!!

http://www.lulueeu.blogspot.com

Blog do Fer disse...

Oi Carol...acho que tudo é uma questão de dividir o tempo....frase bonita...mas dificílima de botar em prática, mas isso é com tudo, e cabe a nós pais dosarmos as atividades de forma a tirar o melhor proveito para o desenvolvimento de nossos filhos...não dá pra fugir...assim como não dá pra fugir do que passa na TV, do que toca no rádio, e por ai vai..., mas acho que a tecnologia pode ser um grande aliado, o mau uso dela vai depender como tudo do nosso interesse e da nossa atenção

Maria Thereza Pinel disse...

Sabe que isso é uma coisa que eu paro para pensar sempre... esse nativismo às tecnologias.
Eu quase me mato quando vejo meus irmãozinho enfurnados dentro de casa, jogando computador, no final de semana ensolarado, quando moramos num sítio com tudo que qualquer criança (de antigamente) pediu à Deus.

Ainda bem que a Lara, pelo menos por enquanto, não troca o balanço, a rede e o pu-pula por tecnologia alguma! Veremos até quando...

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails