Nem boa parte do meu cabelo, que foi "tosado" dias antes da viagem.
(Agradeço então as queridas que elogiaram o novo look nos comentários do último post.)
Mas sabe que falar de cabelo é interessante.
No momento que ainda estou pensando e conversando muito sobre essas férias sem o pequeno.
Cotar o cabelo é uma questão de desapego.
Mas desapego com amor, carinho, cuidado consigo mesmo.
E no caso, ainda, cuidado se o marido vai gostar, se o filho não vai sair correndo achando que você não é você por conta do corte novo.
O cabelo muda, cresce (e no meu caso muito rápido), se deixa transformar e as vezes tem vida própria.
Assim como o ser humano.
E seu filho é um ser humano, lembra?
E cresce, muda, transforma a própria vida e a sua e de muitas outras pessoas também.
Logo, conhecendo meu filho quase como conheço meu cabelo, fiz as malas e fui.
Lógico que não é tão simples quanto sentar lá na cadeirinha da cabeleireira.
Lógico que houve toda uma preparação.
Cuidado.
Carinho extra.
E planejamento.
Como já disse por aqui, resolvemos que o melhor seria contar tudo pro pequeno.
Então ele sabia muito bem onde estaríamos, como e porque.
Sabia que ia passar uns dias numa avó e depois mais alguns dias na outra avó.
Foi comigo conversar com a professora e ouviu atentamente todas as recomendações e poréns dos dias sem os pais.
Então, acredito eu, foi com essa escolha, de todas as cartas na mesa - lógico que com a linguagem e os limites que uma criança requer - que as coisas ficaram mais fáceis.
Isaac sentava meio que sem querer na frente do computador para conversarmos, falava duas palavras e sumia pra fazer coisas mais interessantes pra ele do que ver dois babões numa tela.
Mas dou aqui vários vivas para essa tal tecnologia.
MSN, Skype, Facebook, celular.
Puts! O que seria da mãe culpada e de férias sem essas maravilhas?
Mas não é só tecnologia que salva não.
Vocês lembram do cabelo?
E do desapego?
E de deixar o filho viver uma vida dele enquanto você vive uma sua?
E isso não significa deixar de lado. Significa respeitar e entender limites. Principalmente os seus.
Além disso, compreender necessidades.
E tendo tudo isso ajeitado na cabeça, saber e estar segura de que o pequeno vai ficar em boas mãos, com pessoas que o amam e o respeitam de maneira tão plena quanto a que você o faz.
Mais alguns ingredientes?
Curtir a culpa, rir da culpa e carregá-la com você seja pra que canto do mundo for.
E ela estará lá, mesmo que quieta.
E vai se manifestar sempre com um "Puta vida! O Isaac ia amar isso aqui".
Mas o mais importante, depois disso tudo?
Se permitir transformar e ser transformada.
Pela presença ou ausência do filho, daquele cheirinho de ser mãe, do "mamãããe" arrastado de madrugada.
Por todas as novas experiências que uma viagem pode trazer.
Por todos os novos contatos ou recontatos que você vai fazer com o seu marido, com o mundo, com você mesma.
E a volta?
Aaaa... a volta é ma outra história.
E a supercola vai bem, obrigada.